Se hoje os motorhomes se tornaram em verdadeiras casas de luxo sobre rodas, veículos tecnológicos e confortáveis bem como de alta potência e segurança, essa história remonta aos anos 1910 – mais precisamente entre 1913 e 1914, quando um motorhome era uma verdadeira aventura. Não é por acaso que o veículo de modelo “T” Motorhome, da Ford, tinha o apelido de “O Aventureiro”: criado pelo casal A. W. Robins, o veículo se tornou a casa do casal, incluindo crianças e dois cachorros, e foi nesse veículo que a família viajou e se tornou célebre nos EUA da época – com seu incrível motorhome do início do século XX.
Ainda que apertado, o interior do veículo era uma casa completa
A casa móvel dos Robins foi construída sobre um chassi Ford, prolongado com uma caminhonete Ralston para ampliar o espaço – onde o casal dispunha de água corrente, fogão a gás, banheiro, luzes elétricas, uma banheira portátil, uma vitrola e até mesmo uma prensa para imprimir textos em papéis. “O Aventureiro” pesava cerca de 2.500kg, e cerca de 4,3 metros de extensão – com cerca de 1,7 metro de altura e também 1,7 metro de largura, criado a um custo de 2.500 dólares – valor que hoje equivale a mais de 61 mil dólares, ou mais de 317 mil reais.
“O Aventureiro” juntava dois veículos diferentes para criar um dos primeiros motorhomes que se tem notícia
Os Robins eram essencialmente aventureiros como o próprio veículo, criado para permitir à família viajar, conhecer e aprender, com destino rumo a “todo e qualquer lugar”, como, segundo consta, gostavam de dizer, mantendo as viagens sempre com duração indefinida. O motor do veículo também foi alterado com equipamentos mais potentes para suportar o peso e a carga elétrica do veículo – que se movia de forma lenta para garantir o funcionamento e a própria segurança dos passageiros. Foi nesse veículo que o casal viajou de San Francisco, na Costa Oeste, até o outro lado dos EUA, cortando o país até Nova York viajando a somente 20 km/h.
Para sustentar a viagem permanente, o casal costumava chegar em uma determinada cidade e, instalado em algum ponto com seu motorhome, realizavam trabalhos de impressão com a prensa móvel par levantar algum dinheiro e seguir viagem. Os Robins eram, portanto, uma família com os pés no futuro – hippies antes dos hippies e verdadeiros viajantes, que nos anos 10 se orgulhavam, por exemplo, de que a mulher da família também dirigia o carro, operava a prensa e tocava os negócios – e as viagens – em pé de igualdade com o homem. Curiosamente, a Sra. Robins dirigia “O Aventureiro” numa época em um país no qual ela ainda não tinha o direito sequer de votar como mulher.
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